1ª Coríntios 11. 1-16

1ª carta de Saulo a igreja na cidade de Corinto.

Essa carta foi escrita pelo apóstolo Saulo, aproximadamente no ano de 55 d.C, quando este se encontrava na cidade de Eféso em sua terceira viagem missionária (At. 19.1 e 20.1).

Saulo escreveu mais 02 cartas aos coríntios, a primeira se perdeu (cf 1ª Co 5. 9-13). A segunda carta que ele escreveu, é a que para nós é a primeira. A terceira carta de Paulo a Igreja em Corinto, é conhecida pela carta das lágrimas, em decorrência da mesma ter sido escrita em meio a um período, que alguns judaizantes influenciaram a alguns a serem contra os ensinos do apóstolo Saulo (cf At 19.23-41), esta também encontra-se perdida. Enquanto estava na cidade de Éfeso, Saulo recebeu uma delegação composta por Fortunato, Acaico e Estefanes, que lhes trouxe uma carta composta de muitas perguntas e dúvidas, feitas pela comunidade coríntia, que pediam esclarecimentos sobre vários assuntos (cf 1ª Co 16.17). Com pouco tempo antes, Saulo foi informado, pelos da casa de Cloé (cf. 1ª Co 1.11), sobre desordens e divisões na comunidade, sendo nessa situação, escrevera a 4ª carta que para nós é a segunda. Nesta carta Saulo comenta os problemas da comunidade e responde a carta recebida.

A 1ª carta aos coríntios é mais uma carta de aconselhamento, pois ele já havia ouvido falar de várias dissenções que ocorria na igreja que estava na cidade de Corinto. Preocupado com o andamento da igreja, Saulo escreveu aos seguidores do caminho, aconselhando-os sobre inúmeros aspectos, dentre os quais iremos dissecar nesta poucas linhas, sobre o capítulo 11, alguns versículos, onde tiraremos algumas dúvidas que vez ou outra ouço de pessoas a me perguntarem.

Analisemos principalmente o fator histórico que aquela cidade tinha, quais os costumes, ritos e práticas, para podermos assim, vir a falar sobre determinado assunto.

11.1 - Tornem-se meus imitadores, como eu sou de Cristo.
Aqui estar o primeiro conselho de Saulo, pois iremos ver mais adiante o porquê desta frase no primeiro versículo. Pelo pronome verbal tornem-se, vemos que alguns não tinham a postura de um seguidor de Cristo e aqui, Saulo pede-os que o vejam como modelo, e o imitassem na busca incessante do conhecimento das escrituras (Fp 1.9), na obediência (Rm 1.5), no amor ao próximo (1ª Ts 3.12), assim como Gunnar Vingreen e Daniel Berg serviu de modelos para muitos.

11.2 - Eu os elogio, por se lembrarem de mim em tudo, e por se apegarem as tradições exatamente como eu as transmiti a vocês.
Saulo elogia aos corintios, por eles se lembrarem do apóstolo em tudo, mas veremos que nem tudo eles obedeciam, pois esta carta expõe algumas faltas que os corintios tinham, e que Saulo os aconselhou através desta carta.

11.3 - Quero, porém, que entendam que o cabeça de todo homem é Cristo, e o cabeça da mulher é o homem, e o cabeça de Cristo é Deus.
Podemos ver que antes de Saulo começar a expor as faltas que os coríntios estavam cometendo, ele limita um princípio: "O Princípio de Autoridade". Sabemos que toda a hierarquia tem o primeiro, como princípio. A hierarquia aqui é D-US, Cristo, homem e mulher. D-US e JESUS CRISTO são iguais em unidade, porém, há subordinação em determinadas funções, assim como, homem e mulher, são iguais espiritualmente, mas em suas funções, um há subordinação ao outro. Esta particularidade refere-se quanto a igreja. Não obstante, esta hierarquia também se aplica ao lar, tanto dos cristãos como aos do não cristãos.
Neste texto a palavra cabeça estar sendo utilizada como "autoridade", pois a cabeça é autoridade do corpo.
Vemos que acima do homem, é Cristo; acima da mulher o homem; acima de Cristo (como homem) em função humana, é D-US.

11.4 - Todo homem que ora ou profetiza com a cabeça coberta, desonra a sua cabeça;
Saulo admoesta que, se homem estiver com a cabeça coberta, falta com o respeito ao Senhor, pois, Cristo é a autoridade de todo o homem. Há uma versão que diz que tem algo pendente na sua cabeça, mas a versão alemã padrão (LUTHERISCHES VERLAGSHAUS, Berlim 1963) diz cabeça coberta.

11.5 - E toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua cabeça; pois é como se tivesse rapada.
 Da mesma forma que o homem cobrindo sua cabeça falta com respeito a CRISTO, a mulher NÃO A COBRINDO, falta com respeito ao homem. Estar com a cabeça rapada, era símbolo de vergonha (cf Jr 48.37) ou fim do cumprimento de voto de NAZIREADO (determinado tempo para se separar ao SENHOR. cf Nm 6.1-21).

11.6 - Se a mulher não cobre a cabeça, deve também cortar o seu cabelo. Se, porém, é vergonhoso para a mulher ter o cabelo cortado (ou rapado), ela deve cobrir a cabeça.
Vejam que este versículo Saulo deixa claro que se a mulher não quer autoridade acima dela, que também se tosquie, ou seja, rape a sua cabeça, porém se é desonroso, a ela ter a cabeça rapada, deve  aceitar ser submissa. Sendo assim, usando o véu sobre sua cabeça. Aqui podemos entender que ao rapar a cabeça à mulher torna-se insubmissa, é como se ela dissesse, homem não manda em mim, quem manda em mim sou eu, distorcendo os ensinamentos de Saulo (v. 3). 

11.7 - O homem não deve cobrir a cabeça, visto que ele é a imagem da glória de Deus; mas a mulher é a glória do homem.
Há versões que diz: o homem não deve ter o cabelo crescido. Saulo adverte ao homem mostrar sua autoridade, pois, ele foi feito a imagem de D-US conforme sua semelhança. Sendo assim, D-US fez o homem para sua glória, e a mulher para glória do homem.

11.8 - pois o homem não se originou da mulher, mas a mulher do homem;
Este versículo Saulo enfatiza que a mulher veio do homem. Vemos nos primeiros capítulos desta epístola, que o apóstolo estava muito preocupado com a igreja que lá estava contida, pois naquele tempo a cidade vinha passando por um fase política de exaltação ao feminismo, em decorrência do templo da deusa  grega Afrodite que era naquela região.

Deusa grega do amor, da beleza e da sexualidade
Afrodite - Deusa grega do amor, sexualidade e beleza

11.9 - Além disso, o homem não foi criado por conta da mulher, mas sim a mulher criada por conta do homem.
Quando D-US formou o homem do pó da terra viu que ele não ficaria bem solitário, pois cuidava ele de tudo sozinho; então fez o ETERNO cair Adão em sono profundo, retirou-lhe uma de suas costelas e formou a mulher. O homem disse: esta é osso dos meus ossos, carne de minha carne, por isso se chamará mulher, por que do homem foi tirada (Gn 2.7, 21 e 23). Aqui neste versículo Saulo faz exatamente os coríntios lembrarem a criação, que a mulher foi criada pra o homem, pra ajudá-lo, ser sua companheira e dijuntora, o auxiliando em tudo quanto fizesse.

11.10 - Por essa razão e por causa dos anjos, a mulher deve ter sobre a cabeça um sinal de autoridade.
Veja o que diz o versículo: por essa razão (ou seja, o versículo seguinte é a complementação do anterior. Pela razão da mulher ter sido criada por causa do homem), e por causa dos anjos (seres submissos a autoridade de D-US), a mulher deve ter um sinal de submissão a autoridade masculina que é a cabeça (cf v. 3).


Ser submissa não é Que a mulher nada possa fazer;
Ser submissa não é não Deixá-la tomar iniciativa;
Ser submissa não é Ser humilhada diante de outrem;
Ser submissa não é Ser capacho de homem;
Ser submissa não é Ser desmoralizada, escrava do homem. 
Ser submissa é reconhecer que existe uma autoridade acima de você.


SUBMISSÃO: Ato de se submeter; obediência voluntária; sujeição; humildade.

11.11 - No Senhor, Todavia, a mulher não é independente do homem, nem o homem independente da mulher.
No Senhor, ou seja, aos olhos do criador, como criaturas feitas de suas mãos, Saulo adverte que nem o homem veio ao mundo para viver só, nem tampouco a mulher. Um é companheiro do outro. Um existe por conta do outro. Para que haja vida embrionária, é necessário que haja um esperma e um óvulo para que assim fecundem-se, sendo assim, um depende do outro, pois se dois espermatozoides se chocarem, não haverá fecundação, assim como dois óvulos chocando-se, não haverá vida embrionária.

11.12 -  Por que, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo vem de Deus.
Mais uma vez Saulo faz referência a criação citada em Gênesis 2, que a mulher veio do homem e ainda fala também que biologicamente o homem provém da mulher em fase gestacional, exemplo de Caim e Abel, dois homens que vieram da mulher sua mãe Eva. E ambos provêm de D-US, pois foi ele quem soprou o fôlego de vida nas narinas do homem (cf Gn 2.7).

11.13 - Julguem entre vocês mesmos: é apropriado a uma mulher orar a Deus tendo a sua cabeça descoberta?
Creio que a partir daqui já esteja esclarecido o que significa a cabeça descoberta. Veja que Saulo pergunta se é apropriado, outras versões diz conveniente, descente, honroso que a mulher ore a D-us sem ter a sua cabeça o véu. Lembremos, o véu era sinal de submissão, portanto, Saulo pergunta que se uma mulher que é insubmissa ao homem que é a cabeça, como pode orar a D-US? Ou seja, ela se diz submissa ao homem, mas se o homem a pedir algo, ela o responde: - Você não manda em mim. Como uma pessoa em ato de rebeldia, espera ter suas orações respondidas? Vale-se salientar, tem casos e casos.

11.14 - Ou não vos ensina a natureza, que é desonra ao homem ter cabelo crescido,
Enquanto ao versículo anterior Saulo repreende a mulher, neste Saulo repreende ao homem. Sabemos que existem homens que não tem autoridade, para nada (não estou dizendo que o homem deva ser rude, aspero com a mulher, fazê-la de capacho), é como se fosse um ser morto dentro de uma roupa, não tem atitude para nada, em nada se toma iniciativa, espera tudo que a mulher quem resolva, é deste tipo de homem que Saulo estar falando, homens insubmissos que fazem com que suas esposas tome e assuma a posição que a ele foi confiada por D-US (Gn 3. 17c-20; Pv 16.26; 21.25...).

11. 15 - e que o cabelo comprido é uma glória para a mulher? Pois o cabelo comprido foi lhe dado em lugar de véu.
Como citei no versículo 7, que a glória do homem estar na mulher, pois o homem ficará feliz, vendo que a mulher é sua ajudadora, auxiliadora. Assim como o homem trabalha para trazer o mantimento pra seu lar, assim a mulher ajudando-o, construirão ambos um lar abençoado, próspero, pois não quebraram o princípio de autoridade instituído por D-US. Se o véu foi dado por D-US, o criador da mulher em forma de cabelo, também não significa dizer que o cabelo físico deva-se deixar crescer a arrastar-se pelo chão, NÃO, aí também será o exagero. Tudo em exagero... torna-se prejudicial.


11.16 - Mas se alguém quiser fazer polêmica a esse respeito, nós não temos esse costume, nem as igrejas de Deus.
Aqui o apóstolo deixa bem claro que, quem quiser ser contencioso, contrário, discutidor, contestador, sobre a autoridade masculina imposta por D-US, e sobre a submissão da mulher em reconhecimento a autoridade masculina imposta por D-US, por intermédio visível do véu (cabelo), ele e os que estão em Éfeso, não tinha essa prática habitual (o costume da desobediência), nem as igrejas por onde ele havia passado como era chamadas de igrejas de D-US.

CONSIDERAÇÕES

Os versos 14, 15 e 16, vemos o Apóstolo Saulo expondo o PRINCÍPIO DE AUTORIDADE, usa como exemplo o cabelo, que para aquela época e para ele que era judeu, seria a forma mais compreensível para que os coríntios entendessem. É deixado bem claro que o cabelo crescido, é sinal de submissão, como podemos ver que durante o voto de nazireado, não se passa navalha sobre a cabeça, deixando o cabelo estender-se (cf Nm 6. 5, 7-9, 11, 18-20) como sinal de SUBMISSÃO. Ao que tudo indica, segundo a história, Saulo quando escrevera esta carta, estava em um voto de nazireado, por isso ele se utilizou desta linguagem.
Alguns segmentos religiosos aplicam certos ensinamentos na parte literal quando são para defenderem seus caprichos (exemplo acima), porém , quando são para atacar outros segmentos, aí se utilizam da história, de metáforas, da linguagem utilizada daquela época, argumentando que o outro é que estar errado.
No capítulo seguinte, o 12 desta mesma carta, Saulo admoesta exatamente isso. Todos nós (todas as denominações) formamos um só corpo (corpo de aceitação do messias, a saber, JESUS), 1ª Co 12. 12-31.




BIBLIOGRAFIA

  • Veloso, João Paulo. Estudo sobre as cartas de Paulo. Prof. Padre Sebastião Bezerra. Paulo e a Igreja em Conrinto.



Bíblia Almeida Revista e Corrigida (ARC)
Bíblia Almeida Corrigida e Revista Fiel (ACRF)
Bíblia Almeida Revisada Imprensa Bíblica (ARIB)
Bíblias Ave maria e Jerusalém - Versão Católica (VC)
Bíblia Nova Versão Internacional (NVI)
Bíblia Sociedade Bíblica Britânica (SBB)
Bíblia Nova Tradução Linguagem de Hoje (NTLH)
Bíblia Vida (BV)