1ª carta do Apóstolo João capítulo 5


1ª Carta do Apóstolo João





Graça e paz da parte do ETERNO a todos.

Aqui iremos discorrer sobre o capítulo cinco da 1ª carta do apóstolo João especificamente os versículos 6, 7 e 8.
Primeiramente devemos saber, por quem, para quem, qual a finalidade e objetivo desta carta, para podermos aí entendermos melhor este texto, lendo seu contexto, para que não venhamos a criar pretexto.

A autoria desta carta é atribuída ao apóstolo João(o mesmo que escreveu o evangelho), por sua semelhança de vocabulário, doutrina, idéias e estilo. Mas há quem refute sua autoria, devido o mesmo não assiná-la, conforme as demais cartas do Novo Testamento. Mas o que de fato é certo, é que se o autor fosse um morador da região, ele se sobressaía além dos demais, pois teve um contato direto com Jesus, diferentemente dos demais na comunidade(cap. 1. 1-3).

Esta primeira carta por não ter um endereço, parece-se não ser dirigida a uma comunidade específica, possivelmente, a um conjunto de igrejas que estavam ao Oeste, ligadas ao apóstolo, já que Segundo a tradição, este terminou seus dias na cidade de Éfeso. Sendo assim, podemos pensar que esta carta fora direcionada aos seguidores do caminho, como os cristãos eram conhecidos naquela época(cf Atos 22.4) situados naquela região. Data-se que tenha sido escrita no final do século I, estima-se que por volta dos anos 80 d.C., especificamente nos últimos anos.

A finalidade desta carta não foi apenas de reavivar a fé em Jesus ou o amor dos irmãos uns para com os outros, e sim, confrontar polêmicas existentes com os gnósticos da época, que se diziam ser os detentores do conhecimento direto de D-us, porém, negavam tanto a vinda do filho de D-us em carne(cf. 4.2) como a identidade do messias celeste e o Jesus terreno(cf. 2.22). Para estes, Jesus foi apenas um instrumento usado para comunicar a mensagem de D-us, quando o Espírito Santo(cristo celeste) pousou em sua cabeça na hora de seus batismo, em forma corpórea de uma ave(pomba), e abandonou-o por ocasião de sua morte(paixão) na cruz; Sendo assim, negavam a ENCARNAÇÃO e MORTE do filho de D-US e seu valor salvífico de redenção.

O objetivo central foi exatamente este, mostrar que o filho de D-US, JESUS CRISTO, é aquele que veio com a água e com o sangue, e não só com a água, mas com a água e com o sangue.( cf 5. 6)

VERSO 6
6 - Este é aquele que veio por meio de água e sangue, Jesus Cristo: não só com a água, mas com a água e com o sangue. E o Espírito é quem dá testemunho, por que o Espírito é a verdade.

A água mostra que Jesus veio em água e sangue(gestação de feto, onde a placenta serve como local de troca de oxigênio e gás carbônico, alimentando-se diretamente por difusão do sangue materno), e não só com a água, ocasião do batismo(rito religioso de purificação  religiosa ou consagração a D-US. Muito usado pelos Israelitas. cf. Exôdo 19.4;  30.20;  40.12  Levítico 16.26;  28.17-15;  Números 19.8) em águas como os gnósticos apregoavam, mas com água e com sangue, ou seja, pelo batismo em águas reconhecemos a Jesus sendo filho de D-us e que sua morte na cruz, serviu-nos para que seu sangue remisse todos os nossos pecados.

Esta carta já foi assunto de muitas discussões entre críticos, teólogos e estudiosos, pois esta, deixa muito aparente e claro, duas formas de escrita: uma polêmica e outra apologética. Ao lermos toda esta carta podemos constatar isso.

VERSOS 7 e 8

Ao lermos mais profundamente o capítulo cinco desta carta, veremos que no versiculo 7(em algumas versôes) existirá um texto a seguir:

Manuscritos antigos da 1ª carta do Apóstolo João
7- Porque três são os que testificam no céu: o Pai a palavra e o Espírito Santo; e estes três são um. (ACRF e ACR)

Isto foi um caso a parte, e este é denominado de comma joanneum(parêntese joanino ou acréscimo joanino ou cláusula joanina). Este versículo na Vulgata, não tem o acréscimo[no céu: o Pai a palavra e o Espírito Santo; e estes três são um. E Três são os que testificam na terra no inicio do v 8].
Há quem defenda que o próprio Apóstolo João inseriu este texto para defender a tese da trindade, ratificando que JESUS era o filho de D-US, e que este era o próprio D-US. Combatendo algumas seitas heréticas existentes na época.
Há também os que não reconhecem, e dizem que este foi inserido após a carta haver sido inscrita, portanto, não fora inspiração divina.

Os manuscritos mais antigos no grego, não existe o acréscimo, ficando então assim:
7 - Por que três são os que dão testemunho:
8 - o Espirito, a água e o sangue; e estes três concordamARIB

7Há três que dão testemunho:
8o Espírito a água e o sangues; e os três são unânimesNVI

8Pois três são os que dão testemunho, o Espírito, a água e o sangue, e estes três concordam. SBB

7São, assim, três que dão testemunho:
8o Espírito, a água e o sangue; estes três dão o mesmo testemunhoVC

O texto fala que três são os que dão testemunho, em comum acordo falam igual, são uma unidade, não discordam entre si. E estes agem, falam, concordam em um só propósito, em uma só finalidade. Sabemos que o corpo material, seja humano ou animal, tem em sua maior substância água, onde a mesma gera vida ao ser. Também de igual modo, o sangue percorre veias, artérias e mucosa, gerando movimento, energia, vida ao corpo. Não obstante, todos os seres tem um espírito, que para muitos pensadores e filósofos, é o conjunto da física que gera o sistema nervoso, gerando vida ao um ser. Este no hebraico é denominado de RUAH( ruah), ou RUACH(ruach ) que traduzido significa, fôlego, sopro; no grego pneuma( pneuma) que é o oposto de psykhé, que é alma; no latim spiritus, que significa alma, vigor, coragem, onde o mesmo é apresentado no capítulo 2 e verso 7 do livro de Gênesis, Bereshit(Bereshit), criação (Origem).

Podemos ver que tanto as religiões judaicas, cristãs, dentre outras derivadas destas, creem que D-US, o ETERNO soprou o fôlego de vida no homem, ou seja, o Espírito, a água e o sangue em si concordam em unanimidade, em um único propósito, que é gerar vida ao ser humano, para que este reconheça que o Criador El Shaday, enviou seu único filho, a saber JESUS o CRISTO, para que derramasse todo seu sangue na cruz, para remissão de todo o pecado da humanidade.

Bibliografia:

Bíblia Almeida Revista e Corrigida (ARC)
Bíblia Almeida Corrigida e Revista Fiel (ACRF)
Bíblia Almeida Revisada Imprensa Bíblica (ARIB)
Bíblias Ave maria e Jerusalém - Versão Católica (VC)
Bíblia Nova Versão Internacional (NVI)
Bíblia Sociedade Bíblica Britânica (SBB)
Bíblia Nova Tradução Linguagem de Hoje (NTLH)
Bíblia Vida (BV)
Site: www.capuchino.org(acessado em 30/01/2012)