Livro do Apocalipse 3. 14-22


Livro do Apocalipse ou Livro das Revelações capítulo 3. 14-22





Ruínas da cidade de Laodicéia. ( Fonte: http://www.paraclitus.com.br/ )
Como vemos o Livro das Revelações ou Livro de Apocalipse Ele é muito rico em metáforas. Antes de interpretarmos qualquer texto bíblico, devemos ver primeiramente a época, para quem e qual o objetivo de ter sido-o escrito.
Este texto é mais histórico geográfico do que espiritual, porém, podemos aplicar no âmbito espiritual.
Este texto de APOCALIPSE começa:
14 - E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:
Para o judaísmo cada lugar tem um ANJO protetor (PRINCIPADO É UMA CLASSE ANGELICAL), se bem que podemos tirar apenas conclusões sobre este assunto baseando-se em Dn. 10.13,20 e 21, onde se diz que, na Pérsia há um príncipe, em Israel Miguel era o príncipe representante. LAODICÉIA era uma cidade que estava situada numa montanha que dava para um vale fértil e majestosas montanhas. Localizava-se entre duas cidades HIERÁPOLIS E COLOSSOS. Nos tempos romanos, a cidade era um importante centro de administração e comércio. As questões de justiça da região eram ouvidas em Laodicéia e fundos eram depositados nos bancos da cidade para segurança. Laodicéia era um centro para a indústria têxtil regional. Os rebanhos mantidos próximo aos vales produziam lã negra que era excepcionalmente macia. A lã era comprada e vendida nos mercados.


O AMÉM no grego seu significado é verdadeiro, no hebraico tem o pensamento sinônimo de expressão em relação ao futuro, confirmado ou assim seja. Ao pé da letra também vem a ser uma sigla formadas pelas letras Alef, Men e Num  אָ מֵ ן = transliterado EMeN (El Melelekh Ne’eman) onde traduz-se ETERNO ou D-US, Rei, Fiel ou O Senhor nosso Rei, em Quem confiamos .

A TESTEMUNHA FIEL E VERDADEIRA quase a mesma descrição encontrada em 1:5. Jesus traz o verdadeiro testemunho sobre seu Pai e a vontade dele para com os homens. Ele fala a verdade em cada promessa e cada advertência que vem da sua boca. O PRINCÍPIO DA CRIAÇÃO DE DEUS esta expressão admite duas interpretações. Dependemos de informações de outros trechos bíblicos para escolher o sentido correto. A frase em si pode ser entendida no sentido passivo (o primeiro criado por Deus), ou no sentido ativo (a origem ou a fonte da criação). A diferença é óbvia e enorme. Jesus é uma criatura ou o eterno Criador? Ele foi feito por Deus ou é Deus? A resposta vem de outras passagens. Jesus é eterno (João 1:1; Apocalipse 1:18), o primeiro e o último (Apocalipse 1:17). Ele é Deus conosco (Mateus 1:23), o verdadeiro Deus que se fez carne (João 1:14). Ele é o “Eu Sou” (João 8:24,58; veja Êxodo 3:14), o soberano “Senhor dos senhores e o Rei dos reis” (Apocalipse 17:14). Jesus não foi criado. Ele não veio a existir. Ele é eterno. Ele é Deus. Quem não aceitar este fato morrerá no seu pecado (João 8:24).
15 - Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente!
Conheço as tuas obras, embora danificada por terremotos durante o reino de Augusto (27 a.C. - 14 d.C.) e novamente em 60 d.C, a cidade continuou reconstruindo e prosperando. Inclusive em um período que antecedera o reinado de AUGUSTO, LAODICÉIA teve uma adutora construída vinda da cidade de Hierápolis, pois esta cidade era mais próxima e mais alta facilitando o transporte da água pela tubulação. Que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! As águas termais de Hierápolis ajudavam no tratamento de alguns problemas de saúde. As águas frias de Colossos eram boas para beber. 

16 - Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.
As águas mornas de Laodicéia basicamente não serviam para nada; só davam ânsia de vômito! Pois é isso que dá se bebermos água morna, dúvidas, faça o teste !!!
canos das tubulações vinda de Hierápolis(FONTE:  http://numinosumteologia.blogspot.com/ )

17 - Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;

As afirmações da própria igreja de Laodicéia não refletiam o verdadeiro estado dela. É fácil dizer que está tudo bem na vida espiritual de uma igreja ou de uma pessoa, mas Jesus sabe a verdade. Ele vê as obras e sonda os corações. A igreja de Laodicéia mentia para si mesma, mas Jesus não foi enganado! O orgulho dos discípulos de Laodicéia os cegou ao ponto de não enxergarem os seus problemas. Eles se achavam fortes e independentes, mas Jesus viu o estado real de uma igreja fraca, cega e infrutífera. A cidade de Laodicéia sofreu um terremoto em 60 d.C. e foi reedificada com recursos próprios, sem auxílio do governo romano. Parece que a igreja sentia a mesma atitude de autossuficiência, perigosíssima num rebanho de ovelhas que precisa seguir o seu Bom Pastor! Numa cidade conhecida por tratamentos de olhos, a igreja se tornou cega e não procurou o tratamento do Grande Médico. Precisavam da humildade dos publicanos e pecadores (Lucas 5:31-32). Numa cidade que produzia roupas de lã, a igreja andava nua, sem a vestimenta de justiça oferecida por seu Senhor (2 Coríntios 5:3; Colossenses 3:9-10).

18 - Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.
Jesus não elogiou a igreja em Laodicéia, mas ofereceu conselho para guiá-la de volta à comunhão íntima com ele. Sugeriu três coisas necessárias para a igreja. A verdadeira riqueza é espiritual, e vem exclusivamente de Deus. Ele oferece o ouro puro, refinado pelo fogo. É Deus quem lava os nossos pecados e nos veste de pureza e de atos de justiça (3:4; 19:8). Somente Jesus pode curar a cegueira espiritual que aflige os orgulhosos e autossuficientes. Foi exatamente o mesmo problema que Jesus criticou nos fariseus (Mateus 15:14; 23:25-26). É o mesmo problema de qualquer um que se esquece da importância do sacrifício de Jesus e começa a confiar em si mesmo (2 Pedro 1:9).




19 - Eu repreendo e castigo a todos quanto amo; sê pois zeloso, e arrepende-te.
A correção que vem de Deus é uma manifestação do seu amor (Hebreus 12:4-11). Quando Deus nos corrige, devemos aceitar a disciplina como ele deseja, para o nosso próprio bem. Ele quer nos conduzir ao arrependimento e à plena comunhão com ele. A disciplina aplicada pelos servos de Deus deve, também, ser motivada pelo amor (Hebreus 12:12-13). Esta atitude deve guiar os pais que corrigem os seus filhos (Provérbios 13:24), e os cristãos que corrigem os seus irmãos na fé (Tiago 5:19-20; 2 Coríntios 2:5-8). A solução ao problema dos discípulos em Laodicéia não seria meramente algumas mudanças externas. Precisavam do zelo para com Deus para se arrependerem.

20 - Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, vou responder para mim e comer a ceia com ele e ele comigo.

 Jesus pôs uma porta aberta diante da igreja de Filadélfia (3:7), mas a igreja de Laodicéia colocou uma porta fechada diante de Jesus! Ele bate, mas não força ninguém a abrir a porta. Ele chama, mas depende dos ouvintes atender à voz dele. Este versículo reforça o entendimento do livre arbítrio do homem. Jesus oferece a salvação a todos, mas cada pessoa toma a sua própria decisão. Ambas as figuras, aqui, representam a comunhão com Cristo. Ele entra na casa e habita naqueles que obedecem à palavra dele (João 14:23). Cear com alguém sugere uma relação especial de estar de acordo ou em comunhão (1 Coríntios 10:21; 5:11). É um privilégio especial comer à mesa do rei (2 Samuel 19:28). Não há privilégio maior do que a bênção de cear com o Rei dos reis!

21 - Quem vencer, eu lhe concederei que se assente comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono.
Os vencedores terão o privilégio de reinar com Cristo (veja 2:26-27; 20:4). Tal honra não seria para os orgulhosos e autossuficientes, mas para os humildes e obedientes. Jesus foi obediente ao Pai aqui na terra para ser exaltado ao lado dele no céu (Filipenses 2:8-9). Somente os obedientes serão exaltados com Cristo.

22 - Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas!
Jesus bate e chama. Cabe ao homem ouvir e atender a sua voz!

CONCLUSÃO

Na carta ao anjo da igreja em Laodicéia, Jesus não citou nenhuma doutrina errada e nenhum pecado de imoralidade. Ele não condenou a igreja por práticas idólatras. Esta igreja, que se achava rica e forte, foi duramente criticada por seu orgulho e autossuficiência. Exaltou-se, ao invés de se humilhar diante do Senhor dos senhores (YESHWA MASHIAKH).



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